8 erros que toda pequena empresa comete ou vai cometer algum dia

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8 erros que toda pequena empresa comete ou vai cometer algum dia

Toda empresa se depara com uma série de dificuldades de gestão ao longo de sua jornada. Pensando nisso, resolvi escrever esse texto para ilustrar os principais 8 erros que toda pequena empresa comete ou vai cometer algum dia.

É um aprendizado constante que ser for assimilado de forma construtiva, ajudará a empresa a evoluir se tornando mais forte do que os seus concorrentes.

Por isso é importante aprender com os seus erros ou mesmo com a experiência dos concorrente (benchmark). Afinal você não é a primeira pessoa a enfrentar as dificuldades relacionadas ao empreendedorismo.

Esses erros, se não corrigidos a tempo, podem se perpetuar ao longo dos anos minando o crescimento do negócio e mais ainda, a qualidade de vida dos colaboradores e empresários.

Pois bem, se você quer saber quais são esses erros e se eles estão presentes na sua empresa neste momento, continue comigo nesta jornada!


1) Misturas as finanças pessoais com as da empresas

Essa é clássica! Em minha experiência 11 em cada 10 empresas cometem ou cometeram este erro grosseiro. Começa bem de leve, com o empresário retirando pequenas quantias e termina com um rombo no caixa e falta de capital de giro.

Quem não conhece a famosa frase..

“A empresa é minha, eu faço o que eu quero!”


Cara pálida, a empresa pode ser sua mas nem todo dinheiro nela te pertence. De forma geral, podemos dizer que sua parte está separada no patrimônio líquido (capital social + lucros) e que todo o restante pertence a algum financiador externo, como: funcionários, bancos e fornecedores.

Por isso não é razoável e muito menos saudável que o caixa seja assaltado para resolver a bagunça da sua vida financeira pessoal. Além disso, essa ação é extremamente danosa para o controle gerencial, já que distorce os números. Mas também é ruim para a imagem do empresário perante ao colaboradores, que percebem rapidamente um descontrole na empresa e na sua vida pessoal.

Resumindo, para logo com isso! Separe a pessoa física da jurídica. Defina um pró-labore mensal compatível com a sua empresa e o mercado. Depois busque desenvolver seu negócios e receba como recompensa, parte do lucro.

2) Não manter um controle financeiro

Esse erro muitas vezes está interligado com o erro anterior. A falta de controle financeiro é a chave para os “desvios” do empresário. Conheci muitas empresas que não tinham interesse em implantar controles financeiros rígidos simplesmente para que os desmandos financeiros dos sócios não fossem percebidos.  

O controle financeiro, principalmente através de um fluxo de caixa, é o básico em finanças empresariais. Afirmo categoricamente que não é possível gerir um negócio de forma saudável sem o mínimo instrumento de registro do que entra e sai da empresa.

Achar que ainda é possível controlar de “cabeça” as contas é um erro fatal. Se esse é o seu caso, mude rapidamente. Implante um controle financeiro. Seja ele planilha ou um software de gestão. O importante é começar.


3) Não ligar para a estratégia

É muito comum o pequeno empresário se assustar ao ouvir falar a palavra estratégia. “Isso é coisa de empresa grande…aqui não funciona”. Claro que funciona!

Se for feito de forma adequada ao seu tamanho. E ainda digo mais, é muito mais fácil implantar uma estratégia em uma empresa pequena do que em uma grande corporação. As pequenas são ágeis e possuem poucos níveis hierárquicos. Logo, qualquer mudança pode ser implantada rapidamente e os resultados lodo aparecem.

As pequenas podem e devem ter estratégia para tocar diariamente as suas operações buscando um objetivo maior. E não me venha falar que o seu objetivo é o lucro.

Claro que toda empresa com fins lucrativos deve ter lucro. Isso é nato, não está em discussão. O que estamos falando é de uma forma de direcionar e engajar todo do seu negócio em uma direção. Sem isso, é como navegar em um oceano ao sabor do vento.

E é por isso, que muitos pequenos negócios fecham suas portas antes de se desenvolverem. Planeje, execute, verifique e corrija sempre.

CICLO PDCA


4) Não reconhecer os seus melhores colaboradores

Todo mundo sabe que a “empresa” esse ente tão difícil de entender não existe. Ela nada mais é do que a soma de todos os colaboradores. Se isso é verdade, então temos que ter um enorme cuidado com as pessoas. Óbvio?

Infelizmente não é para muitos empresários!

Ainda é possível ver muitos destes empresários achando que podem liderar pelo medo ou intimidação, sem reconhecer os esforços daqueles que realmente estão engajados em produzir resultados.

“Não fazem mais do que a sua obrigação, afinal, são pagos para isso…”

Essa frase é estranha para você? Se não, fique sabendo que se você age dessa maneira, com certeza não irá muito longe. Principalmente com a entrada no mercado das novas gerações pouco afeitas ao “ter” e mais interessadas no “ser”.

Ser diferente, ser reconhecido e ser feliz. Reconheça formalmente seus melhores colaboradores para que eles saibam o quanto são importantes e valorizados. Gestos aparentemente simples, podem fazer grande diferença para as pessoas.

Mantenha e valorize os bons e se livre rapidamente dos maus funcionários.


5) Não treinar os seu colaboradores

Muitos empresários ainda acham que treinamento é custo. Que vai “gastar” dinheiro treinando funcionário para depois ele sair da empresa. Calma lá!


Vamos analisar essa frase

Primeiro, treinamento não é custo. É investimento. Quando você treina um funcionário você está fazendo duas coisas ótimas:

  1. Está desenvolvendo um ser humano e isso também é dever social de uma empresa que está inserida em determinada comunidade.
  2. Está investindo na evolução da empresa ao capacitar um colaborador em determinado assunto. Você vai gerar uma vantagem competitiva para o seu negócio.


Todos ganham! Agora risco em um negócio sempre existe. O colaborador pode querer sair da sua empresa e não há nada a fazer a não ser entender os motivos.

E segundo todas as recentes pesquisas, a grande maioria das pessoas não deixam seus empregos por causa de salário. O clima e o propósito (lembra da estratégia e do reconhecimento?) vem à frente quando o assunto é descontentamento para mudança de emprego.

Portanto, treine regularmente os seus colaboradores mas não descuide da cultura e da estratégia da sua empresa.

Se você acha que educação é cara, experimente a ignorância.
Derik Bok


6) Inserir na empresa pessoas da família

Esse é um rolo danado! Sabe aquele cunhado que está sem emprego ou o filho(a) que você quer porque quer que ele assuma o sonho que é seu? Pois é, na grande maioria das vezes isso vai dar m….!

E por que? Porque isso é feito sem critérios. O cunhado é legal mas não sabe nada do assunto. O filho é sangue bom mas não quer ter uma padaria…. A regra geral é que só devem entrar na empresa pessoas qualificadas.

É desejável ter sempre os melhores ao seu lado. Claro que seria legal trabalhar com o filho. Mas seria legal para quem? Pra você ou pra ele?


Já perguntou se é isso é o que ele quer?

Não adianta ter no seu negócio alguém sem compromisso. É uma bosta. Seja ele seu filho ou não. Outra coisa é a desmotivação dos colaboradores. Se coloque por um segundo no lugar do seu funcionário.

Você está na empresa a algum tempo, vestindo a camisa e sonhando com um cargo melhor. E de repente abre a oportunidade mas quem ocupa a vaga é uma pessoa desqualificada tecnicamente.

A única credencial dela é um sobrenome. Pensa bem…isso tem futuro? Muito difícil! É preciso definir critérios para os entrantes da família já que a progressão de crescimento entre este e o negócio é desigual.

Seu lucro não aumenta na mesma proporção que nascem descendentes. Fique esperto para não matar a vaca leiteira.

Coma os ovos e não a galinha!

Tenho comigo sempre uma regra para essas situações: Só contrate alguém que você possa demitir.


7) Não saber liderar

Isso tem haver um pouco com o que falamos nos itens anteriores. Todos eles evidenciam uma certa carência de liderança. Líder é exemplo para os outros envolvidos.

Não existe mais aquela estória de “faça o que eu digo mas não faça o que faço”. As pessoas querem e precisam de alguém para confiar e seguir. Sem chicote ou guilhotina.

Ouça os pleitos, aceite sugestões e entendas as partes nos conflitos. Seja justo e firme, buscando o equilíbrio e a transparência no trato com as pessoas.


8) Ser o gestor sabe tudo

Esse é um pé no saco de qualquer empresa…Haja paciência! Não aceita opinião e não confia em ninguém. Coloca as pessoas para fazerem aquilo que ele quer e não o que elas sabem fazer de melhor.

Pior ainda, não admitem o fracasso. Se deu certo o mérito é meu, se não a “culpa” é sua. Conhece alguém assim? Pois é, já conheci vários e posso te dizer que isso não tem futuro.

Ele pode até ter sucesso durante a sua passagem, mas a empresa não ganha nada no longo prazo além de dependência e clima ruim. Fuja disso!

Mesmo que você seja um grande gestor, é preciso abraçar os colaboradores exercendo uma liderança eficaz permitindo o desenvolvimento de outros líderes. São essas pessoas, que podem perpetuar o seu negócio ao invés do seu filho(a).

Pense nisso!


Conclusão

É preciso preparo para gerir qualquer empresa, seja ela grande ou pequena. Você empresário deve ser a ponta da lança.

Errar faz parte da vida. Evoluímos muito mais com os erros do que com os acertos, desde que estejamos abertos para aceitar as críticas e sugestões.

Insistir no erro esperando resultados diferentes é de uma estupidez sem tamanho. Então, não seja estúpido!

Conheça os seus pontos fortes e fracos, porque eles se refletirão na sua empresa. Entenda os fracos mas concentre-se principalmente nos fortes. Use-os ao seu favor.

Concentre-se naquilo que você é bom, delegue todo o resto.
Steve Jobs



Por fim, saiba que trabalhar em equipe desenvolvendo outras lideranças é a chave para perpetuar uma empresa gerando benefícios para todos os envolvidos.

Então, seja firme nos seus valores mas esteja sempre aberto para as mudanças e acima de tudo, entenda o que está acontecendo a sua volta e como isso pode afetar o seu negócio.

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Décio Muniz

Empreendedor e Gestor Financeiro. Possui longa experiência em funções gerenciais dentro de diversas empresas. É especializado em Gestão e Finanças por duas das melhores escolas de negócio do país: Ibmec e FGV. Em 2017 fundou a Consultei seguindo o seu desejo de ajudar as pequenas empresas a se desenvolverem através da organização e controle da Gestão Financeira.
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